Desde que há futebol, há jogadores carraça, daqueles que os treinadores gostam e assignam à marcação da estrela adversária. Na maioria dos casos esses jogadores nem reconheciam uma bola se ela lhes batesse na testa. São máquinas de eliminação perfeitas, mas só servem para isso mesmo. Vêm com uma etiqueta nas costas que diz: Cuidado! Não passar a bola em caso algum!. Normalmente, esses jogadores não aparecem como protagonistas nas fotografias das revistas e jornais. No entanto, desenvolvi um pequeno teorema que ainda está por provar:
Teorema do Jogador Carraça:
«O nível de carracez* dos jogadores é directamente proporcional ao número de vezes que aparece em segundo plano nas fotografias »
«O nível de carracez* dos jogadores é directamente proporcional ao número de vezes que aparece em segundo plano nas fotografias »
Passo a apresentar alguns carraças-mor:
Andrade, que ficou famoso ao serviço do Belenenses por eliminar a ameaça João Vieira Pinto em diversos jogos contra o Benfica. Transferiu-se posteriormente para o clube encarnado, onde foi usado para desempenhar igual função, mas desta vez contra os grandes astros europeus nas competições europeias. Trata-se de mais um caso de fraca polivalência, pois não era especialmente bom a qualquer posição. No entanto, fica para a posteridade como um dos mais famosos marcadores homem-a-homem da 1ª divisão nacional. Vou dispensar aqui qualquer tipo de graçola de teor homossexual, do género “Andrade, quando mete na cabeça, não larga o seu homem”, por as achar de profundo mau gosto.
Luís Vouzela, um trinco de grande garra que saltou para a fama ao serviço da União de Leiria, ganha o prémio de carraça fotogénica.
Não são poucas as vezes que aparece uma foto de um grande astro dos nossos relvados com Vouzela por detrás, a morder a língua num esforço quase desumano para se manter agarrado ao adversário, quase ao ponto de lhe chupar o sangue e provocar umas quantas infecções.
“Uma imagem vale mais que mil palavras”
Esta frase clássica serve que nem uma luva para provar aquilo que digo.
Como se consegue ver pelas duas fotos apresentadas, Luís era um trinco incansável que pura e simplesmente não desgrudava do jogador cuja marcação lhe havia sido incumbida. Estes jogadores são chocolates belgas tácticos, ou seja, têm uma perfeição e uma classe do ponto de vista funcional que os distancia dos demais.
São, por norma, deliciosamente apreciados pelos seus misters, ao ponto de muitas vezes serem rotulados de imprescindíveis.
Sérgio Conceição, não é uma carraça no sentido anteriormente explicado da palavra, mas também é muito fotogénico. Que o diga o realizador de um jogo do Inter nas competições europeias na época 2002/2003, salvo erro na fase final da Champions League contra o Milan, que deu protagonismo ao extremo português, sentado no banco, durante largos instantes. Razão? Sérgio devia ter carraça nas zonas baixas, já que não as parou de coçar durante bastante tempo, para regozijo dos milhões de espectadores que se preparavam para assistir ao derby milanês. Uma junção de Luís Vouzela e o filme Querida, encolhi os miúdos?
* nível de carracez = quanto maior, mais carraça o jogador é.
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