Tuesday, March 20, 2007

Merdolazzi? - Concurso de Piores Nomes

Desde o início dos tempos, mais propriamente desde o primeiro homem, que há nomes. Isto deve-se à ineficácia de tratar pessoas por “oh tu aí!” “Quem, eu?” “Não, aquele neandertal que está a dançar sapateado antes da invenção do sapato!”.

O primeiro homem chamava-se Adão. Com uma estreia dessas, não me surpreende que as coisas tenham descambado desta forma.

Certo dia perguntaram na rua pelo antigo avançado boavisteiro: “Conhece Bertolazzi?”, ao qual o sujeito respondeu: “Epá, eu não sou homem de queijos. Prefiro paio.”


Queria agora aproveitar para salutar a decisão do antigo guarda-redes guineense do Moreirense, em mudar o nome pelo qual era conhecido no futebol português. É que no início da época 97-98, o dono das redes em Moreira de Cónegos (na altura a disputar a liga de honra) dava pelo nome de Crodonilson… Feliz a iluminação divina que o fez reduzir essa denominação para um simples e simpático Nilson. No entanto, perdeu no efeito-susto.


RATOEIRA TÁCTICA NÚMERO 1: O "EFEITO-SUSTO"

Um vasto leque de vantagens psicológicas podem advir de se possuír um nome intimidador.



Quando se fala em maus nomes, há um que salta logo à vista… trata-se do antigo avançado belenense, o brasileiro Monga. Qualquer comentário a este nome perderia o brilho perante o nome em si, logo vou limitar-me a dizer o nome mais uma vez… Monga.

Existem, também, nomes com uma agressividade digna de uma pena de codorniz. Arrisco afirmar que esses nunca serão levados a sério (dica: evitar o sufixo inho e nomes foneticamente questionáveis), como os seguintes exemplos:

o Paixão (sentimentos bons dão nomes maus… dá-se preferência a um “vingança” ou um “dor de hemorróidas”);

o Kokoshvili (qualquer nome que comece por cocó está automaticamente desqualificado);

o Tulipa (os nome de flores são de evitar, salvo raras excepções como “cacto” ou “flor murcha pelo poder maligno”);

o Chico Nelo (Nelo é um nome que por si só tira a veia guerreira a qualquer coisa com que esteja ligado. Exemplo: Nelo Rambo…);

o Nelinho (depois do que eu disse sobre Nelo, acho que nada mais há a dizer aqui, a não ser rezar para que não saia o filme “Nelinho Implacável”…)


Um reparo final: nomes estrangeiros, principalmente africanos ou de leste, com letras pouco usuais (caso de W ou Y), salvo raras excepções (Kokoshvili sendo a mais gritante), dão sempre boas alcunhas futebolísticas. Poucos são os defesas que se atreverão a cruzar no trajecto de Mandla Zwane em direcção à baliza.

Nomes brasileiros têm uma deficiência quase crónica na componente ameaçadora. De Juninhos, Nénés e Juniores não reza a história como jogadores temíveis.


Factos e Figuras: Nos Tentáculos de Lula

Despontou para o estrelato no Famalicão. Ao lado de Ben Hur constituiu uma dupla que fez furor, sendo parte nuclear da defesa mais batida do campeonato, com uns auspiciosos 72 golos concedidos. Aparentemente a atenuante de ter Luís Vasco atrás, entre os postes, permitiu-lhe manter alta a sua cotação em Portugal.

Enquanto o seu anterior clube se afundava pelos escalões secundários, Lula esteve a treinar em Alvalade. No entanto, devido ao infame caso “Luís Manuel” , o Sporting ficou impedido de inscrever jogadores, tendo o central regressado ao Brasil durante as duas épocas seguintes, tendo sido posteriormente chamado de volta a território luso, desta vez para equipar pelo Leiria.

Com um poderio físico invejável e uma desgovernada gadelha outonal, Lula aparentava aos seus adversários esse mesmo gigante invertebrado que não cedia perante nomes na marcação individual. De salientar o famoso desafio em pleno San Siro em que Lula necessitou de utilizar todos os seus tentáculos para deter George Weah, numa gloriosa vitória portista por 3-2.

Os elogios eram frequentes por parte de diversos analistas desportivos. «É um jogador polivalente, quer a central, quer a central de marcação!». Após uma agradável época em Leiria (17 jogos e 3 golos), fez as malas e rumou a sul, ao Restelo, onde novamente formou grande dupla, tendo esta direito a destaque devido ao volume capilar conjunto de ambos os centrais: Lula e Paulo Madeira. Com tanto cabelo à sua frente, não era de estranhar que Ivkovic por vezes não visse a bola partir e acabasse mal batido.

De Belém passou para o Porto, numa célebre razia que o clube das Antas fez à defesa do Belenenses: Lula, Fernando Mendes e Neves. No Porto, apesar de estranha assiduidade, perdeu o brilho, a alegria de jogar, e o bigode.