O mais algarvio de todos os catalães escolheu o central Paulo Miguel, o playmaker Punisic e o polivalente Carlos Costa para lhe fazerem companhia no São Luís, num Farense em declínio após anos de glória que culminaram na ida do clube algarvio a Taça UEFA.
E foi precisamente nesse 3º elemento que Paco Fortes encontrou o seu joker. Porventura um dos jogadores mais subvalorizados do futebol português, Carlos Manuel nasceu em Coimbra no ano de 1966. Dono de um físico impressionante, sempre teve o condão de comandar, do alto dos seus 187 centímetros, as equipas onde alinhava. Chegou ao Beira-mar, após passagem pelo Feirense, rotulado de avançado. Cedo se confirmou como um dos jogadores mais utilizados, fazendo temíveis combinações nas zonas mais avançadas do relvado do Mário Duarte. Sobreviveu à limpeza de balneário no Mário Duarte, com a transição forçada pelo abandono daquele monstro sagrado que foi e sempre será Dino. Saíram também nomes sonantes como Kristic ou Draskovic, tendo entrado uma nova fornada, constituída por Toni – ex-FCP e companheiro de ataque de Bambo nas selecções jovens de Portugal -, o brasileiro Tarcisio e o veterano Pitico, proveniente do Farense. Carlos Costa foi o elo de ligação numa época de cisma. No entanto, os resultados tardaram a aparecer e o clube de Aveiro acabou por descer de divisão. Mas não Carlos Costa. Na transferência sensação de um quente verão que viria a ser marcado também pelo abandono de Paulo Madeira do Restelo para a Luz, ou da dispensa de Vítor Paneira para Guimarães, ou até mesmo da transferência de Quim Machado da Amadora para Chaves, o polivalente jogador mudou-se de armas e bagagens para o Algarve, onde viveu, porventura, os seus melhores e também piores anos de futebolista profissional.
Paco Fortes, a velha raposa que, após duas décadas de futebol nacional, ainda não falava português, sabia que tinha nas mãos um jogador especial. Mas 8 golos em 61 jogos na divisão principal não eram números impressionáveis para quem desejava desalojar monstros sagrados da arte de violar a virgindade das redes como Hassan Nader (78 jogos e 45 golos pelo Farense) e de abrir buracos na defensiva adversária, permitindo a entrada dos companheiros de ataque, como Djukic (108 jogos e 17 golos). No entanto, o miolo do terreno no São Luís andava órfão de um líder, com Hajry já velho e a precisar de apoio que o libertasse para missões de cariz exclusivamente ofensivo. Com problemas financeiros, o Farense viu-se obrigado a libertar peças fundamentais do seu meio campo defensivo, como Hugo, Miguel Serôdio, ou mesmo Sérgio Duarte, jogadores que após muitas épocas de clube, abandonaram o barco em busca de glórias maiores. Saiu também Hassan Nader, rumo a luz. Mas o destino a dar a Carlos Costa já estava dado, e não era na parte atacante do relvado: Punisic e Hajry formavam os vértices ofensivos de um triângulo que tinha como base Carlos Costa. Forte, bravo, líder, aquele que ficou conhecido como o Braveheart algarvio. Joker porque? Na “RT” de Paco Fortes, havia um balanço perfeito entre um ataque rápido e mortífero, e uma defesa segura e coesa. Djukic era o ponta-de-lança titular – Christian, posteriormente internacional brasileiro e jogador do PSG e do Galatasaray, sentava-se no banco de suplentes, ainda jovem e inexperiente para fazer concorrência ao gigante jugoslavo, apoiado de perto por dois brasileiros: o “maverick” Caccioli, um jogador que tinha o génio futebolístico em quantidade inversamente proporcional ao seu cabelo, e o irreverente e imprevisível Helcinho. Seguia-se o já referido triângulo do miolo do terreno, e a linha de quatro defesas era composta por Eugénio, o pequeno e veloz lateral direito, o polivalente e gadelhudo Paixao, o gigante Idalécio a dar os primeiros passos na I divisão, e o líder do quarteto, Jorge Soares. O ponto forte da “RT” de Paco era que, em missões defensivas, a equipa fechava-se a sete chaves, qual caixa forte, mas era de uma velocidade estonteante quando se desdobrava para rápidos e venenosos contra ataques. E era aqui que entrava Carlos Costa, qual Joker para a estratégia de Paco Fortes: fazia qualquer posição no terreno. Quando a equipa defendia, metia-se entre os seus centrais, funcionando como libero varredor, fazendo dobras e comandando nas marcações. Quando a equipa subia no terreno, Carlos Costa funcionava como uma “rede” para os artistas da sua equipa, precavendo qualquer perda de bola. Era o pêndulo da equipa, o líder, o timoneiro. Quando a equipa se via em desvantagem, no momento de dar o tudo por tudo, era ele que subia no terreno, encaixando-se entre os centrais adversários para o último forcing.
Mas há mais em Carlos Manuel Salgado Costa do que aparenta a primeira vista. Trata-se de um jogador com uma das mais curiosas tranjectórias do nosso futebol. Com o passar das épocas, foi recuando no terreno. Avançado em Aveiro, médio e depois defesa no Farense. Esse aumento de responsabilidades defensivas, no entanto, apenas aguçou o apetite daquele que era, e sempre foi, um jogador com grande propensão ofensiva. O seu instinto goleador foi-se desenvolvendo, a sua astúcia e oportunismo também, tendo-se mesmo tornado, já bem na casa dos 30 e a jogar como capitão e defesa central, no melhor marcador da equipa no campeonato.
Aquele que porventura será o jogador português que mais se assemelhou a Matthias Sammer, que defendia e atacava com a mesma qualidade e eficiência, acabou por descer para as divisões secundárias com o Farense, mas não terá sido, com certeza, por sua culpa, que o projecto do clube algarvio descambou. Deu um grande exemplo como comandante e, tal como Hassan, foi para o fundo com o seu navio, o seu Sporting Clube de Farense.
E foi precisamente nesse 3º elemento que Paco Fortes encontrou o seu joker. Porventura um dos jogadores mais subvalorizados do futebol português, Carlos Manuel nasceu em Coimbra no ano de 1966. Dono de um físico impressionante, sempre teve o condão de comandar, do alto dos seus 187 centímetros, as equipas onde alinhava. Chegou ao Beira-mar, após passagem pelo Feirense, rotulado de avançado. Cedo se confirmou como um dos jogadores mais utilizados, fazendo temíveis combinações nas zonas mais avançadas do relvado do Mário Duarte. Sobreviveu à limpeza de balneário no Mário Duarte, com a transição forçada pelo abandono daquele monstro sagrado que foi e sempre será Dino. Saíram também nomes sonantes como Kristic ou Draskovic, tendo entrado uma nova fornada, constituída por Toni – ex-FCP e companheiro de ataque de Bambo nas selecções jovens de Portugal -, o brasileiro Tarcisio e o veterano Pitico, proveniente do Farense. Carlos Costa foi o elo de ligação numa época de cisma. No entanto, os resultados tardaram a aparecer e o clube de Aveiro acabou por descer de divisão. Mas não Carlos Costa. Na transferência sensação de um quente verão que viria a ser marcado também pelo abandono de Paulo Madeira do Restelo para a Luz, ou da dispensa de Vítor Paneira para Guimarães, ou até mesmo da transferência de Quim Machado da Amadora para Chaves, o polivalente jogador mudou-se de armas e bagagens para o Algarve, onde viveu, porventura, os seus melhores e também piores anos de futebolista profissional.
Paco Fortes, a velha raposa que, após duas décadas de futebol nacional, ainda não falava português, sabia que tinha nas mãos um jogador especial. Mas 8 golos em 61 jogos na divisão principal não eram números impressionáveis para quem desejava desalojar monstros sagrados da arte de violar a virgindade das redes como Hassan Nader (78 jogos e 45 golos pelo Farense) e de abrir buracos na defensiva adversária, permitindo a entrada dos companheiros de ataque, como Djukic (108 jogos e 17 golos). No entanto, o miolo do terreno no São Luís andava órfão de um líder, com Hajry já velho e a precisar de apoio que o libertasse para missões de cariz exclusivamente ofensivo. Com problemas financeiros, o Farense viu-se obrigado a libertar peças fundamentais do seu meio campo defensivo, como Hugo, Miguel Serôdio, ou mesmo Sérgio Duarte, jogadores que após muitas épocas de clube, abandonaram o barco em busca de glórias maiores. Saiu também Hassan Nader, rumo a luz. Mas o destino a dar a Carlos Costa já estava dado, e não era na parte atacante do relvado: Punisic e Hajry formavam os vértices ofensivos de um triângulo que tinha como base Carlos Costa. Forte, bravo, líder, aquele que ficou conhecido como o Braveheart algarvio. Joker porque? Na “RT” de Paco Fortes, havia um balanço perfeito entre um ataque rápido e mortífero, e uma defesa segura e coesa. Djukic era o ponta-de-lança titular – Christian, posteriormente internacional brasileiro e jogador do PSG e do Galatasaray, sentava-se no banco de suplentes, ainda jovem e inexperiente para fazer concorrência ao gigante jugoslavo, apoiado de perto por dois brasileiros: o “maverick” Caccioli, um jogador que tinha o génio futebolístico em quantidade inversamente proporcional ao seu cabelo, e o irreverente e imprevisível Helcinho. Seguia-se o já referido triângulo do miolo do terreno, e a linha de quatro defesas era composta por Eugénio, o pequeno e veloz lateral direito, o polivalente e gadelhudo Paixao, o gigante Idalécio a dar os primeiros passos na I divisão, e o líder do quarteto, Jorge Soares. O ponto forte da “RT” de Paco era que, em missões defensivas, a equipa fechava-se a sete chaves, qual caixa forte, mas era de uma velocidade estonteante quando se desdobrava para rápidos e venenosos contra ataques. E era aqui que entrava Carlos Costa, qual Joker para a estratégia de Paco Fortes: fazia qualquer posição no terreno. Quando a equipa defendia, metia-se entre os seus centrais, funcionando como libero varredor, fazendo dobras e comandando nas marcações. Quando a equipa subia no terreno, Carlos Costa funcionava como uma “rede” para os artistas da sua equipa, precavendo qualquer perda de bola. Era o pêndulo da equipa, o líder, o timoneiro. Quando a equipa se via em desvantagem, no momento de dar o tudo por tudo, era ele que subia no terreno, encaixando-se entre os centrais adversários para o último forcing.
Mas há mais em Carlos Manuel Salgado Costa do que aparenta a primeira vista. Trata-se de um jogador com uma das mais curiosas tranjectórias do nosso futebol. Com o passar das épocas, foi recuando no terreno. Avançado em Aveiro, médio e depois defesa no Farense. Esse aumento de responsabilidades defensivas, no entanto, apenas aguçou o apetite daquele que era, e sempre foi, um jogador com grande propensão ofensiva. O seu instinto goleador foi-se desenvolvendo, a sua astúcia e oportunismo também, tendo-se mesmo tornado, já bem na casa dos 30 e a jogar como capitão e defesa central, no melhor marcador da equipa no campeonato.
Aquele que porventura será o jogador português que mais se assemelhou a Matthias Sammer, que defendia e atacava com a mesma qualidade e eficiência, acabou por descer para as divisões secundárias com o Farense, mas não terá sido, com certeza, por sua culpa, que o projecto do clube algarvio descambou. Deu um grande exemplo como comandante e, tal como Hassan, foi para o fundo com o seu navio, o seu Sporting Clube de Farense.
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