Monday, May 21, 2007

Eterno Capitão

Há casos em que, quando me lembro de um clube, lembro-me imediatamente de um jogador. Um símbolo vivo que simboliza toda a mística da camisola que enverga. Uma década no clube, com direito a lugar de estacionamento com o seu nome, e braçadeira a dizer “capitão”.


Manuel Correia

Ao olhar para este central altaneiro, de bigode castanho, fisionomia típica de um homem do norte, trabalhador incansável em prol da equipa, pondo os interesses comuns à frente dos individuais, pensava sempre num capitão ideal para qualquer equipa.
Aos 25 anos já parecia ter 33. Isto incutia respeito aos adversários, companheiros de equipa e ate aos misters. Uma belíssima carreira, que teve o seu auge em Trás-os-Montes, no Chaves, clube pelo qual fez partidas memoráveis. Outra coisa que fez foi uma dupla de furor com outro peso pesado do clube flaviense, Paulo Alexandre, seu sucessor como líder e capitão da equipa. Fica para sempre como um dos centrais históricos do futebol nacional.



Rebelo

Trata-se do mais famoso avôzinho do futebol português. Um jogador com uma carreira deveras peculiar, pois chegou ao Estrela da Amadora aos 26 anos, estreou-se na época seguinte na 1ª divisão, e equipou de tricolor durante 14 épocas. Somando dois mais dois, jogou até aos 40 anos.

Um jogador com tamanha experiência e simbolismo tem dois dos três ingredientes fundamentais para ser um grande capitão de equipa. O outro? A braçadeira, que lhe foi justamente atribuída. Trata-se, sem margem para dúvidas, de um dos maiores símbolos da história do clube da Reboleira, tendo estado presente na maior conquista do clube, a Taça de Portugal em 89/90.

Formou, também, uma das mais belas dinastias futebolísticas de que há memória nos nossos relvados, denominada como “Lar de Idosos da Reboleira” .
Deixou saudades, e o Estrela desde então nunca mais foi aquela equipa cativa na 1ª divisão.



Hélio

Se há um jogador que simboliza toda a mística sadina, esse jogador é Tó Sá. Agora, se há um jogador que ficará para sempre ligado à braçadeira de capitão do Vitória de Setúbal, esse jogador é com certeza Hélio.
Toda uma carreira ao serviço do clube dá-lhe esse estatuto. Sénior desde a longínqua época de 87/88, com centenas jogos disputados pela equipa no principal escalão (já esteve 4 épocas na 2ª divisão), Hélio chegou inclusive a equipar por uma ocasião a camisola de Portugal.
Apesar de ter sido dado muitas vezes como uma possível contratação do Porto, nunca chegou a dar “o salto”. Apesar disso, e bom mecenas como qualquer verdadeiro capitão, ajudou muitos jovens a dar o tão ansiado salto. Frechaut, campeão pelo Boavista e internacional português, começou como médio, ao lado do grande capitão. Outro beneficiado de jogar lado a lado com Hélio foi Mamede, hoje em dia na Série A italiana. Exímio executante da arte de rasgar defesas com passes fatais, isolou por diversas vezes grandes jogadores como Toñito (transferiu-se posteriormente para Alvalade), Kassumov (internacional azeri), ou mesmo Marco Ferreira (deu “o salto” para o Porto e depois para o Benfica). E, como qualquer bom trinco, não podia descurar o auxílio aos elementos mais recuados da sua equipa. Assim sendo, jogadores como Mário Loja (saiu para o Boavista), Nogueira (antigo internacional) e Nuno Afonso (o exilado) jogavam de uma forma muito mais confiante sabendo que o seu capitão lhes resguardava as traseiras.
Será para sempre recordado como um dos maiores símbolos de sempre do Vitória Futebol Clube, ao lado de outros grandes nomes como Yekini, Chipenda, Quim (outro eterno sadino) e Vítor Baptista.

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