Aquilo que muitas vezes parecem bácoras futebolísticas por parte dos comentadores, não são mais do que comentários indirectos a certos futebolistas, que passam ao lado do comum adepto de futebol. Este, estupefacto por não compreender determinada afirmação, cataloga-a como bácora. Nada mais errado. Passo a dar alguns exemplos.
1) O futebol tem uma intensidade plástica fora do vulgar.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtIG2KK31i-0PPZ-NJtQvUhE1GZ2vTuSxtZOImQ12WtRtnu-nQNV4WqcnTSHJ-i411CJjVbsCnR4Ow8EkZPim-VDEItJWWfnMcvNZCbEx4vVDFzzOU3pgMb4On1zH4YzsyiYkbnnh7DXN-/s400/Imagem7.png)
Trata-se claramente de uma alusão à cara de
Nito, defesa que ganhou fama com a cruz de Cristo ao peito. Dizem as más línguas que o lateral tem uma bala alojada na face, daí a sua caricata expressão facial. Ao início, colegas e treinadores acharam que ele era apenas desconfiado, mas nem Octávio Machado conseguia estar desconfiado vinte e quatro horas por dia, e acabaram por perceber que a sua expressão normal era mesmo essa.
2) Atirou com o pé que tinha mais à mão![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkqOHa7kKCNtSxUgR1PZsWmOgQh3pA98PGk2wenqaHb40_TVCh7P-gQGSMT1XuTT4cZmhI4v9dHe-O_yB2FjbHXAhXFa9PJlRGKbpILMcx45VaaGHLlvDqDz64pkH3xjy7Pg0oSflbw0MU/s400/Imagem8.png)
Caro leitor, se ainda não adivinhou esta, então sinto-me deveras envergonhado, pois significa que não ganhou o chamado pensamento-raçudo-futebolístico que este livro pretende exercitar e desenvolver na sua mente. Trata-se de uma óbvia menção a
Vata, antigo melhor marcador do campeonato nacional pelo Benfica, famoso pelo golo com a mão, qual Maradona do nosso modesto campeonato, que qualificou o clube da águia para a final da Liga dos Campeões (que viria, novamente, a perder). As últimas notícias sobre o avançado relatavam um triste fim de carreira no campeonato Indonésio.
3) Um passe para a zona de ninguém, onde realmente não estava ninguém.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwUq2foLuEtEDLEi4iiQKg4xFmo357kbcQwvtbov_dcKnnscIouq9N5s30Q8hNsittKw58ZHukIcg7KWXHlUnbbIyBMSuRsXOZ7F_rMKWApkZwDxuCAlSMLyPcOfuLlnOmDK0vMOjpeEe4/s400/Imagem9.png)
Trata-se de um golpe baixo por parte do comentador. Baixo porquê? Porque o visado era obviamente
Rui Barros, o mais pequeno grande jogador do campeonato nacional. Com 1,59 metros, o antigo jogador da Juventus e do Mónaco era tão pequenino que muitas vezes os comentadores não o viam da zona de comentário. Outras vezes, como era o caso, Rui era apenas o objecto de escárnio e maldizer por espadaúdos comentadores que invejavam a sua cumplicidade com o esférico. Para mim, Rui sempre será um gigante à altura de outros mitos como Rosário, Fua, ou mesmo Caetano.
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